O Brasil tornou-se o pioneiro ao disponibilizar a vacina contra a dengue pelo sistema público de saúde.

A vacina contra a dengue foi aprovada para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Em um processo ágil e prioritário, o Ministério da Saúde incorporou a vacina ao sistema de saúde em dezembro do mesmo ano, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

Após a aprovação da Conitec, o Ministério da Saúde adquiriu todas as vacinas disponibilizadas pelo fabricante, priorizando o início da vacinação. No entanto, a quantidade de doses está condicionada à capacidade operacional e logística do fabricante.

Devido à capacidade limitada de produção, aproximadamente 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas ao longo de 2024. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil em 20 de janeiro, seguida por mais 568 mil doses previstas para fevereiro. Além disso, o Ministério da Saúde já adquiriu mais 5,2 milhões de doses e contratou nove milhões de vacinas para 2025.

Recentemente, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, buscou parcerias estratégicas com o Instituto Butantan e a Fiocruz para aumentar a produção nacional de vacinas contra a dengue.

A prioridade inicial para a vacinação são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, devido à alta taxa de hospitalização nessa faixa etária. A vacinação começará em fevereiro em 521 municípios de regiões endêmicas, considerando critérios como alta transmissão de dengue e predominância do sorotipo 2 do vírus.

Além da vacina, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para auxiliar as ações de controle da doença. Agentes de combate a endemias foram capacitados, e o estoque de inseticidas foi regularizado.

Outras medidas incluem a criação da Sala Nacional de Arboviroses para monitoramento contínuo e a expansão do uso do método Wolbachia, que interfere na capacidade de transmissão do vírus pela população de mosquitos.

O aumento nos casos de dengue é atribuído a uma série de fatores, como condições climáticas favoráveis, possíveis efeitos do El Niño e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus no país, conforme apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

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